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Por Que Jesus Ia a Festas?

Posted by Jean Farias On segunda-feira, 28 de maio de 2012 0 comentários

Imagine seis homens andando por uma estrada estreita. O amanhecer desponta sobre eles, projetando suas sombras. Suas túnicas os protegem do frio matutino. A grama brilha com as gotas do orvalho.

As faces dos homens são ansiosas, porém comuns. Seu líder é seguro, mas desconhecido. Eles o chamam de Rabi; parece mais um trabalhador. E, como deveria, passa muito mais tempo construindo que ensinando. Mas esta semana o ensinamento iniciara.

Para onde estão indo? Adorar no Templo? Ensinar na sinagoga? Orar nas montanhas? Ninguém lhes contara, no entanto cada um tinha sua própria opinião.

João e André esperavam ser guiados pelo deserto. Seu mestre anterior os havia conduzido àquele lugar. João Batista os levara as montanhas estéreis, onde oraram por horas. Quatro dias jejuaram. Eles ansiavam pelo Messias. E agora o Messias estava com eles.

Certamente, Ele faria o mesmo.

Todos sabem que o Messias é um homem santo e que a  abnegação é o primeiro passo à santidade. Certamente, a voz de Deus é ouvida, em primeiro lugar, pelo eremitas. Jesus está nos levando ao isolamento. Ao menos era o que pensavam João e André.

Pedro tem uma outra opinião. É um homem de ação, do tipo "vamos arregaçar as mangas". O tipo de amigo que toma partido para defender alguém. Agrada-lhe a ideia de ir a algum lugar. O povo de Deus tinha  necessidade de se locomover. Provavelmente está nos levando a algum lugar para pregar, pensa consigo. Enquanto caminham, Pedro faz um esboço de seu sermão, caso Jesus necessitasse tomar fôlego.

Natanael discordava.

- Vem e vê - convida-o o amigo Filipe, e ele se foi.

E Natanael gostou do que viu. Em Jesus, ele viu um homem de profundas reflexões. Um homem de meditações. Um coração contemplativo. Um homem que, como Natanael, havia passado horas debaixo de uma figueira refletindo sobre os mistérios da vida. Natanael estava convicto de que Jesus os estava conduzindo a um local para ponderar. Uma casa sossegada nas distantes montanhas, é para onde estamos nos dirigindo.

E Filipe? O que pensava? Ele era o único apóstolo com nome gentio. Quando os gregos procuraram por Jesus era de Filipe que se aproximavam. Talvez por ele ter ligações com os gregos. Provavelmente, gostava dos gentios. Fosse assim, ele esperava uma jornada missionária - fora da Galiléia. Fora da Judéia. Em uma terra distante.

Esta especulação realmente ocorreu? Quem sabe? Sei que acontece nos dias de hoje.

Sei que os seguidores de Cristo com frequência alistam-se com grandes aspirações e expectativas. Os discípulos seguem o caminho sem palavras, contudo seus corações estão cheios. Lábios preparados para pregar a milhares. Olhos fixos em terras estrangeiras. Sei para onde Jesus nos levará, pensavam os jovens discípulos, e, como os cinco primeiros, seguiam-no surpresos.

Talvez André e Pedro tenha perguntado. Pode ser que todos tenham se aproximado de Jesus. Minha opinião é que, em algum ponto na jornada, os discípulos expressaram hipóteses.

- Então, Rabi, aonde está nos levando? Ao deserto?
- Não - opinou o outro - Ele está nos conduzindo ao Templo.
-Ao Templo? duvida o terceiro -Estamos a caminho dos gentios!

Forma-se um coro de confusão, que só tem fim quando Jesus levanta as mãos e diz suavemente:

- Estamos indo a um casamento.

Silêncio. João e André entreolharam-se.

- Um casamento? - disseram, - João Batista nunca teria ido a um casamento, pois há bebidas, gargalhadas e danças...

-É barulho! - completa Filipe, - Como pode-se meditar em meio a uma festa barulhenta?

Ou pregar em um casamento? - acrescenta Pedro.

- Por que iriamos a um casamento?

Boa pergunta. Porque Jesus, em sua primeira jornada, levou seus discípulos a uma festa? Não era seu tempo limitado? Como um casamento podia encaixar-se em seu propósito na Terra?

A resposta? Encontramos em João 2.2: "E foram também convidados Jesus e seus discípulos para as bodas".

Jesus não fora convidado por ser uma celebridade. Não naquele momento. O convite não fora feito por causa de seus milagres, se tivesse feito algum. Por que ele recebeu o convite?

Suponho que gostassem dEle.

Grande coisa? Penso que sim, pois é significativo que amigos de pequena cidade sentissem prazer em estar com Jesus. É notável que o Todo-Poderoso não fosse solene. Tampouco era do tipo sabe-tudo ou sou-mais-santo-que-vocês. AquEle que criou as estrelas não as tinha em mente. O Dono de toda a Terra e de tudo que nela há nunca se gabou disto.

Nunca. Ele poderia ter-se gabado - e como!

Ele poderia ter dito vez por outra:

-Já contei a vocês sobre o dia em que Moisés e eu fomos até a montanha?


Poderia também ser exibido:

- Querem que eu conte como será o século XX?


Quem sabe espertinho:

- Sei o que você está pensando. Quer que eu diga?


Ele poderia ter sido sabichão e arrogante:

- O planeta Júpiter também é meu...


Jesus poderia ser tudo isso, mas não foi. Seu objetivo não era se exibir, e sim destacar-se. Ele passou por grandes dores, para ser um homem como qualquer outro. Não precisava estudar, mais ainda assim frequentou a sinagoga. Mesmo não necessitando de salário, trabalhava na mercearia. O Cristo conhecera a amizade dos anjos e ouvira as harpas celestiais, e mesmo assim ia a festas oferecidas por coletores de impostos. E, mesmo estando sobre os seus ombros o desafio de redimir a criação, Ele ainda tinha tempo pra caminhar quase 145 Km, de Jericó a Caná, para ir a um casamento.

Por isso as pessoas gostavam dEle. Oh, havia os que desdenhavam suas reivindicações. Chamavam-no de blasfemador, porém nunca de fanfarrão. Acusavam-no de herege, mas nunca de arrogante. Foi tachado de radical, não de inacessível.

Não há alusão ao fato de Ele ter usado seus status celestial em benefício próprio. Nunca. A Bíblia não dá nenhuma indicação de que seus vizinhos tenham ficado irritados com sua arrogância a ponto de perguntar:

- Quem fez de você Deus? 


Sua maneira de viver o fez querido, e não detestável. A nossa deveria fazer o mesmo conosco!

De onde provém a ideia de que o bom cristão deve ser solene? Quem iniciou  os rumores sobre a necessidade de o cristão andar de cara fechada? Como criamos a premissa de que  os verdadeiros abençoados são os de cara amarrada?

Ele foi ao casamento para se divertir. Pense nisto: Jesus havia passado por momento difíceis. Quarenta dias no deserto. Sem pão. A batalha contra Satanás. Uma semana com alguns galileus principiantes. A mudança de trabalho. Havia deixado sua casa, o que não foi fácil. Uma pausa seria bem-vinda. Boa comida, música e alguns amigos...soa muito bem.

Então, puseram-se a caminho.

Seu propósito não era transformar água em vinho. Aquele foi um favor a seus amigos.

Seu propósito não era demostrar o poder que possuía. O anfitrião pode nem ter ficado sabendo do que Jesus fizera.

Tampouco era pregar. Não há registros de sermão.

Resta apenas uma explicação. Divertimento. Jesus foi ao casamento porque gostava das pessoas e da comida. Ele era um amigo querido. E seus discípulos deveriam fazer o mesmo. Não estou falando de deboches, bebedeiras. Tampouco apoiando concessões, grosseiras ou obscenidades. Estou simplesmente lutando pela liberdade de poder participar de uma boa brincadeira, animar uma festa triste e apreciar uma noite divertida.

Mas Ele era assim. Seus adversários o acusavam de ser um comilão, beberrão e estar com pessoas erradas! (Mt 11.19).

Preciso confessar que há algum tempo não sou acusado de me divertir muito. E você?

Costumávamos ser bons nisto. O que aconteceu conosco? O que aconteceu com o divertimento saudável e a boa risada? São nossas gravatas que nos sufocam? São nossos diplomas que nos engrandecem? São os bancos cativos da igreja que nos formalizam?

Conseguiríamos aprender a ser crianças novamente?

Tragam as bolinhas de gude! (E se os sapatos ficarem arranhados?)

Tragam o carrinho de rolemã! (E se sujar a roupa?)

Tragam o ioiô (E se sujarmos a roupa?) *galera quando eu li "ioiô" fiquei por alguns minutos tentando lembrar o que é ioiô, brinquei muito na infância e gostava muito daqueles ioiôs da Coca-Cola, que vergonha rss

Seja criança novamente. Divirta-se. Sorria. Molhe sua bolacha no copo de leite. Tire uma soneca. Peça desculpas, caso tenha magoado alguém. Caçe uma borboleta. Volte a ser criança!

Solte-se! Você não tem algumas pessoas para abraçar, pedras para pular ou lábios para beijar? Se alguém precisa achar engraçado o coelho Pernalonga, que seja você. Algum dia aprenderá a se divertir, e é melhor que seja agora. Um dia você se aposentará, porque não hoje?

Não estou falando da aposentadoria do trabalho, mas de suas atitudes. Honestamente, a reclamação tem melhorado seus dias? A murmuração tem pago suas contas? A preocupação com o amanhã o tem ajudado?

Deixe que outra pessoa se preocupe por alguns momentos.

Jesus tirou um tempo para se divertir...não deveríamos fazer o mesmo ?

FONTE: Livro QUANDO DEUS SUSSURRA SEU NOME (Max Lucado)

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