Em 1987, uma bomba do grupo extremista irlandês IRA explodiu em uma cidade a oeste de Belfast. Onze pessoas morreram, 63 ficaram feridas. Gordon Wilson, comerciante e metodista dedicado, foi soterrado com sua filha de 20 anos sob 1,5 metro de concreto e tijolos. "Papai, eu o amo de mais" - estas foram as últimas palavras de Marie, ditas enquanto segurava as mãos do pai.

Em seu leito no hospital, Wilson disse: "Perdi a minha filha, mas não guardo nenhum rancor. Palavras amargas não trarão Marie de volta. Vou orar todas as noites para que Deus perdoe aquelas pessoas."

Depois de se recuperar, Wilson empreendeu uma cruzada em favor da reconciliação. Por causa da publicidade em torno dele, os extremistas protestantes que haviam planejado vingança chegaram à conclusão de que esse comportamento seria uma bobagem em termos políticos. Wilson escreveu um livro sobre sua filha e fez vários discursos contra a violência, repetindo constantemente: "No fim das contas, nada supera o amor".

Ele se encontrou com membros do IRA, perdoou-os pessoalmente e pediu que desistissem das armas. "Com certeza, já foi derramado sangue suficiente". Quando Wilson morreu, em 1995, a Irlanda e a Grã-Bretanha fizeram homenagens a esse cidadão comum por sua capacidade incomum de perdoar.